Aos millennials

Não é o caso de se achar ou não jovem. É uma imposição. O tempo passa, paciência. 

Isso é uma daquelas coisas mais pra gente entender e aprender a lidar do que pra tentar mudar. Tudo que Einstein conseguiu, por exemplo, foi afirmar que o tempo é relativo. Pois bem: se você faz exercícios regularmente e se alimenta bem, o tempo vai passar menos dolorido pra você do que pra alguém que só faz levantamento de smartphone e dieta de Nutella. Isso é mostra da relatividade do nosso tempo, meus amigos. E aprender isso é, afinal, manter-se jovem por mais tempo. Minha geração, a tal Millennial, talvez tenha aprendido bem melhor que as anteriores as vantagens da fórmula, e hoje “os 30 são os novos 20”. Nossa vida de solteiros dura mais, nossas roupas são descoladas, temos gosto pela atualização e certa facilidade em aprender as ultra-novas tecnologias. O problema é que parece que adquirimos com isso tudo também uma certa síndrome de Peter Pan, que nos faz esquecer que nos faz esquecer as condições dessa relatividade. Então sim, você pode ser um jovem de 80 e poucos anos, como diria o Chaves, mas se você cai e se estatela de costão no chão, é recomendável ao menos tomar um Flanax. E fazer uma boa massagem. Quem sabe, consultar depois um ortopedista. Porque não, não é como se você tivesse 18 anos, daquela vez que caiu de bunda por mais de 10 degraus escada abaixo e a dor não durou mais que uma semana. A menos que você seja atleta (de verdade, não basta ter “histórico de atleta”), qualquer quedinha da soleira da porta vai te fazer sentir um ancião, do tipo que não consegue mais levantar da cadeira sem pôr as mãos nas ancas (depois de velho, o quadril vira anca, se vocês não perceberam), gemer e soltar um “aimeudeusmesalva”. 

Acreditem, esse dia chega. Não adianta usar o cabelo partidinho no meio e camiseta de meme de gatinho. A lombar, ela não mente.


Larissa Leal
Apenas minha cara de idosa de 30 e poucos anos.
Uma millennial, dizem.

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