Pra valer a pena


Sono sem luxúria depois do almoço, a música tranquila que não será ouvida, mas que vai nos embalar o descanso. Um livro meu em cima da cama, um filme teu na tv. Duas mudas bocas ao longo da estrada. Duas gargalhadas sem porquê no almoço.  Mensagem de “Bom dia!” , “Boa noite!”, “Um beijo!”, sem esperar resposta. Mão emaranhada nos cabelos até dormir. Pernas em pernas enroladas, calor de tempo que não passa. “Tô cansada” “Durma bem”. Me deixar ser eu, me querer ser eu, me cuidar ser eu,  porque é assim que te quero, tu somente, sem a interferência de um outro eu que é meu e que também não pode ser teu.

Não é dois em um, é dois que são dois e que se querem dois, porque é duro demais ser somente um pra aguentar todo o peso do mundo. Cuidar ser dois, ser três, quatro... quantos for preciso querer para continuar querendo ser um e um, dois e três (eu, tu, eu-tu). Ser tranquilo, nervoso, estúpido, triste, eufórico para poder ser feliz sendo eu, tu sendo tu e tendo ao outro pra si, sem ser seu. Só sendo meu, tudo em mim pode amar a ti. 

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