Das distrações. Ou a vida ao redor.

Acho engraçado quando alguém me acusa de distraída. Não sou uma pessoa verdadeiramente distraída. Às vezes, mas é raro, mergulho um pouco demais nos meus problemas e acabo esquecendo de olhar pros lados. E, mesmo assim, a minha cura é sempre me voltar pro que não sou eu.

Pra dizer a verdade, na maioria da vezes sou atenta demais. O problema é que nem sempre tão atenta ao que os outros acham que eu tenho que me atentar.

Atenção! Hora de descansar. Já me atento muito ao trabalho, aos estudos, à família, aos amigos, não está bom? Já fico muito atenta ao cenário político e social, que mais querem de mim?

Gosto mesmo é de estar atenta à vida ao meu redor, essa para que muitos super atentos esquecem de se atentar. Pro dia ou pra noite, às nuvens, à lua, às estrelas, aos passarinhos, cães, gatos, calanguinhos balançando eternamente as cabeças, até às plantinhas. Pronto, dirão que falou a louca, a distraída. Acontece que observo a vida, ela me importa muito. Ela está aí muito antes de mim, muito antes da galera que só se importa em puxar tapetes, muito antes dos que só pensam em "ganhar a vida", muito antes das "celebridades" da mídia.

Pra mim, distraído é quem ainda não percebeu que há vida além do próprio umbigo. Parecem com aqueles três cachorrinhos que latem todo-santo-dia-que-tédio quando eu passo: presos numa vida de cela, acordar-comer-brincar-se coçar-dormir, não perceberam que nem eu nem os passarinhos passamos ali pra atormentá-los nem pra diverti-los.

Acho que eu e a vida temos mais o que fazer.